Diário De Um Paciente


Quando fiquei sabendo que eu teria que operar para retirar minha vesícula, fiquei bastante preocupada. Nunca havia operado antes e fiquei imaginando como seria. Sentiria dor? Acordaria no meio da cirurgia? Voltaria da anestesia? Essas e outras perguntas e medos passavam pela minha cabeça.

Lembro-me de ter ficado bem apreensiva desde a noite anterior, demorei para pegar no sono. A cirurgia estava marcada para às 8h da manhã e eu deveria estar na recepção do hospital às 6h, em jejum absoluto de 8 horas, nem mesmo água eu bebi, na verdade apenas um golinho para tomar meu remédio de pressão. Conforme me orientaram, às 6h da manhã estava lá, levei meus documentos, carterinha do convênio e exames solicitados no pré-operatório. Minha mãe, que me acompanhou, parecia estar tranqüila e, enquanto esperávamos os trâmites para fazer a internação até nos conduzirem ao leito em que eu ficaria, ela conversava amenidades para tentar me distrair.

O quarto era o 412, pintura clara, amplas janelas, espaçoso... Estava divagando e pensando se esse número me traria sorte, quando recebi duas visitas. A primeira foi da enfermeira, que fez algumas perguntas e levou meus exames para serem guardados no meu prontuário (nome esquisito- prontuário!). Depois recebi a visita do anestesista, que também fez várias perguntas, viu todos os meus exames, e me tranquilizou sanando minhas dúvidas e acolhendo meus medos. Mais um tempinho e estava eu, de camisola, deitada numa maca indo pra "faca"...

Já no centro cirúrgico, fiquei esperando um pouco, até que me levaram para a sala de cirurgia. Agora, uma anestesista me esperava. Sorridente e com cara de que tudo estava na mais perfeita ordem, ela disse que pegaria (e pegou) uma veia minha. Colocou uma máscara no meu rosto e aos poucos fui adormecendo...

Quando acordei, estava numa sala ampla, onde os pacientes se recuperam da anestesia. Já havia sido operada. E, conforme o anestesista havia me explicado, estava começando a despertar, depois de algumas horas de cirurgia. Senti um pouco de náusea e tontura e fui medicada. A náusea demorou um pouco para passar, mas a dor foi embora mais rápido.

Depois de mais ou menos uma hora a anestesista me avaliou e sorridente me desejou boa recuperação, estava de alta para o quarto! Senti alívio e a sensação de que as coisas tinham ido bem. No dia seguinte recebi alta hospitalar.

Dizem que passar por uma cirurgia é uma experiência bastante comum! Mas quando é com a gente não é nada comum, pra cada um de nós é uma experiência muito singular e significativa.

Essa foi a minha experiência...e a sua?